quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Submarinos britânicos ‘Vanguard’ são caçados por submarinos russos
EQUIPE NUCSI13:22 1 comentários


Segundo o jornal britânico The Daily Telegraph, um submarino russo da classe “Akula” foi surpreendido tentando gravar a assinatura dos submarinos “Vanguard” da Royal Navy, que transportam mísseis Trident, de acordo com oficiais da Marinha Real.
Os submarinistas britânicos também disseram que estão experimentando o mais alto número de contatos com submarinos russos, desde 1987.
Se os russos puderem obter as assinaturas acústicas dos submarinos “Vanguard”, isto afetará seriamente a capacidade de deterrência nuclear britância, pois os “Akulas” seriam capazes de rastrear os “Vanguard” e afundá-los antes que estes pudessem disparar seus mísseis Trident D4.
Ainda segundo o Daily Telegraph, nos últimos seis meses um “Akula” entrou no Atlântico Norte para tentar rastrear um “Vanguard”. O incidente tinha permanecido secreto até agora.
Os russos teriam ficado ao largo de Faslane, onde a força nuclear britânica é baseada, esperando a saída de um submarino Trident, para sua patrulha de 3 meses de deterrência contínua.
Enquanto patrulhava no Atlântico Norte, o “Akula” russo tentou rastrear o “Vanguard” diversas vezes e seu ruído foi gravado pelos operadores de sonar britânicos. A Marinha Real agora vai ter que enviar um submarino de ataque “Trafalgar” para proteger os “Vanguard”.

Pensamento acerca do assunto:

Mesmo depois de quase 20 anos de término da Guerra Fria, uma tensão que parece não ter fim ainda persiste entre os países que durante aquela época lideravam o mundo bipolar. As Forças Armadas Russas, mais precisamente a Força Aérea e a Marinha de hora em outra são o centro das atenções no cenário estratégico internacional, a primeira já tendo realizado manobras perigosas ameaçando o espaço aéreo de outros países, como por exemplo o que ocorreu em julho desse ano, quando bombardeiros estratégicos russos quase entraram em espaço aéreo canadense, fato que poderia ter sido concretizado se os mesmos não fossem interceptados a tempo por caças F-18 Hornet da Força Aérea canadense¹, ou em março quando caças da OTAN escoltaram outros bombardeiros russos sobre o mar da Noruega². Agora, se não bastasse, submarinos russos são pegos no flagra pela Marinha Real tentando rastrear as assinaturas acústicas de seus submarinos nucleares lançadores de mísseis balísticos. Apesar do final da Guerra Fria, movimentos militares perigosos ainda são executados, de certa maneira até que frequentemente pelas FFAAs da Rússia, porém resta saber quais as reais ambições dessas missões de "patrulha" e a verdadeira motivação das mesmas. As tão conhecidas patrulhas estratégicas de longo alcance de bombardeiros soviéticos ficaram paradas desde o final da Guerra Fria até 2007, quando o então presidente Vladmir Putin reativou o programa³. Tanto se discute sobre o Tratado de Não Proliferação Nuclear e o desarmamento das potências nucleares, mas gestos como esses parecem apenas representar um retrocesso no tratado, uma vez que só servem para criar tensão maior entre a Rússia e os Estados ocidentais, como EUA e Reino Unido, dando justificativa para ambos de não se comprometerem a respeitar o tratado e seus objetivos e também dando margem para países que ainda não possuem armas nucleares de usarem esses atos como justificativa, até certo ponto plausível, para se armarem. Afinal de contas os países que fazem parte do "clube" em vez de darem sinais de boa fé acabam por se provocarem mutuamente.

Por Felipe Calazans
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Um comentário:

  1. Atos como estes realmente representam uma barreira para a concretização do previsto no Tratado de Não-Proliferação. Mas devemos reconhecer que não somente estes conflitos impedem que o TNP seja respeitado. Vale lembrar, por exemplo, a presença de armas nucleares em Israel: negado pelos governos americano e israelense, mas admitidas pelo ex-presidente americano Jimmy Carter em 2008.

    Segue a reportagem em que Jimmy Carter afirma a existência de armas nucleares em Israel:

    http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/05/26/israel_tem_pelo_menos_150_armas_nucleares_diz_jimmy_carter-546507073.asp

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