Na conversa reservada
que teve com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Casa Branca, a
presidente Dilma Rousseff marcou posição em defesa de Cuba. Em um jogo
combinado com outros países do continente, Dilma avisou que “esta será a última Cúpula das Américas sem
a participação de Cuba” porque, caso a situação não mude, o próximo
encontro, em 2016, ficará completamente esvaziado.
A 6.ª Cúpula das
Américas ocorrerá na cidade colombiana de Cartagena de Índias, nos dias 14 e
15, pouco depois de Dilma voltar da viagem aos EUA. Sob embargo econômico
norte-americano, Cuba foi, mais uma vez, excluída da reunião continental. Em
sinal de protesto, o presidente do Equador, Rafael Correa, já anunciou que não
participará do encontro na Colômbia.
Na conversa com
Obama, Dilma pretendeu antecipar a posição unificada que o Brasil e outros
países do bloco mais alinhado à esquerda pretendem levar à Cúpula das Américas.
Pelo roteiro acertado até agora, os governantes de 12 dos 34 países convidados
para o convescote de Cartagena farão declarações de repúdio à falta de assento
para Cuba no evento.
Na prática, Dilma quer arrancar de Obama, neste
ano de eleições presidenciais nos Estados Unidos, o compromisso político de que o governo americano vai restabelecer
relações com a ilha governada por Raúl Castro, irmão e sucessor de Fidel
Castro no comando do país. Obama é candidato a um segundo mandato pelo Partido
Democrata. Os comentários de Dilma, porém, foram feitos na conversa a portas
fechadas, e não na declaração ao lado de Obama, na Casa Branca.
Quando visitou
Havana, em janeiro, Dilma criticou os EUA e disse não ser possível fazer da questão
dos direitos humanos uma “arma” de combate político-ideológico. “Se vamos falar
de direitos humanos, nós começaremos a falar de direitos humanos no Brasil, nos
Estados Unidos e a respeito de uma base aqui chamada Guantánamo”, afirmou
Dilma, na ocasião, numa referência à prisão mantida pelo governo americano na
ilha.
Dilma também ouviu
apelos de empresários para questionar Obama sobre a constitucionalidade de uma
lei aprovada na Flórida que pune empresas com relações comerciais com Cuba.
Pela nova lei, companhias com negócios na ilha não podem ter grandes
empreendimentos na Flórida. A retaliação atinge em cheio as empreiteiras
brasileiras, como a Odebrecht, que toca a obra do Porto de Mariel, em Cuba.
Trata-se do principal empreendimento de infraestrutura realizado atualmente
ali, com financiamento de US$ 683 milhões do governo brasileiro - 85% do valor
total.
Depois que a lei foi
aprovada no Congresso da Flórida, Dilma recebeu várias reclamações de
empresários que mantêm negócios tanto nos EUA quanto em Cuba. Eles queriam que Dilma perguntasse a Obama
até que ponto o Estado pode legislar sobre questões de relações internacionais.
O único acordo
comercial da visita oficial de Dilma aos EUA será o reconhecimento da cachaça como produto exclusivamente brasileiro.
A bebida deixará de chegar ao mercado americano como uma espécie de rum. A
contrapartida será o ingresso no Brasil do bourbon, o uísque de milho, como
bebida típica dos EUA e não mais como Scotch. Outros cinco acordos menos
pitorescos serão firmados em diferentes áreas, além de 14 em Educação.
Com a visita aos
Estados Unidos a presidente Dilma mostrou que não esta para brincadeiras, que
quando o assunto se trata da economia do país ela esta preparada para lutar ate
o final para conseguir que os direitos
do Brasil sejam preservados. A visita da presidente aos Estados Unidos
formou muitas questões e opiniões, agora resta esperar para ver a continuidade
das relações bilaterais Brasil-EUA.
Por: Geysa Sanchez.
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