A Confederação da Indústria Portuguesa admite avançar até
ao verão com um aumento do salário mínimo para 500 euros, mas só num contexto
de redução da Taxa Social Única, ficando assim longe dos 515 euros propostos
pela CGTP.
"500 euros é o valor de referência, mas admitimos
outros valores, porque ainda há uma margem entre os 485 e os 500", disse
hoje o presidente da Confederação da Indústria Portuguesa no final de uma
reunião com a UGT para debater este tema.
"Os 515 de que a CGTP fala estão fora de
discussão", acrescentou António Saraiva. As confederações patronais e sindicais têm estado, nos
últimos dias, reunidas no âmbito da preparação de uma posição consensual sobre
o Salário Mínimo Nacional (SMN) para apresentar ao Governo em Concertação
Social de forma a pressionar o Executivo de Passos Coelho a levar este assunto
às negociações com a 'troika' e a fazer cumprir o acordo tripartido que previa
o aumento do SMN para 500 euros até 2011.
"Tudo é possível desde que o enquadramento económico
em que hoje as empresas se movem (...) se altere e se, cumulativamente a estas
condições, houver a possibilidade da redução de um ponto percentual da TSU. Se
estas condições não se alterarem não existirão condições [para subir o SMN] a
não ser em janeiro de 2014", disse aos jornalistas.
De acordo com as contas de António Saraiva, cada ponto
percentual de descida da TSU tem um impacto de 282 milões de euros nos cofres
do Estado, mas o presidente da CIP lembra que o Ministério das Finanças aceitou
a proposta dos patrões de subir o imposto sobre o tabaco para aumentar as
receitas, mas não houve qualquer contrapartida para as empresas.
Do lado da UGT, o secretário-geral, João Proença,
reforçou que o aumento do SMN é uma "necessidade", quer em termos
sociais, quer em termos económicos, na medida em que gerará uma maior dinâmica
no consumo privado.
Lembrou, no entanto, "ter bem presente" que
para algumas empresas esta subida "será difícil" e que a existir,
terá que ter "a aprovação da 'troika' [Banco Central Europeu, Fundo
Monetário Internacional, Comissão Europei]".
"O que nós propusemos à CIP foi ponderar a hipótese
de num aumento do SMN para os 500 euros no imediato poder haver como
contrapartida um apoio para a diminuição da TSU para trabalhadores de mais
baixos salários, e só para esses", disse João Proença.
A UGT reúne-se esta tarde com a Confederação do Comércio
e Serviços (CCP), que esteve também na manhã de hoje reunida com a CGTP.
A
notícia de aumento de salário sempre traz certa euforia para aqueles afetados,
o que realmente se espera é que esse aumento venha ser concreto e que os
benefícios possam ser reais para a grande parte da população que sobrevive a
base de um mínimo e minúsculo salário. Lembrando que sempre é importante pensar
se essa renda tem atendido as necessidades de acordo com o padrão de vida de
cada região.
Isabella
Santos – Aluna do 1º semestre de Relações Internacionais/Ri-UCB
0 comentários
Postar um comentário
Deixe aqui a seu comentário.