A pobreza extrema e a fome crônica tornam o desenvolvimento muito mais
difícil. A pobreza leva à subnutrição e à doença, o que reduz o rendimento e a
produtividade econômica.
Entra-se, assim, num ciclo de pobreza
e fome exacerbadas, pois as pessoas não têm meios para ter uma alimentação,
cuidados de saúde e habitação adequados, não têm acesso a água potável nem
saneamento básico e, na falta das condições de vida para uma existência plena e
humana, não há tempo nem dinheiro para investir na educação dos filhos. Esta
realidade de pobreza extrema e de fome traduz-se em vulnerabilidade às doenças,
à incapacidade física e mental, à fraqueza e à inanição das pessoas, o que
conduz à exclusão social e política das suas sociedades e à desigualdade de oportunidades
- um ciclo cujo desfecho apresenta elevadas taxas de mortalidade infantil.
A erradicação da pobreza extrema deve, pois, ser considerada uma
prioridade mundial, porque o desenvolvimento se assume cada vez mais como um
bem público global, na medida em que se encontra intrinsecamente ligado aos
conceitos de estabilidade, bem-estar e segurança coletivos.
No ano de 2000 a ONU estabeleceu oito
objetivos do Milênio, que podem ser considerados como oito maneiras de mudar o
mundo. O primeiro objetivo é o de erradicar a fome e a pobreza extrema que tem
como primeira meta a redução para a metade, até 2015, da proporção da população
cujo rendimento é de menos de um dólar por dia.
A fome afeta um terço da população
mundial. A porcentagem de pessoas que vivem em extrema pobreza diminuiu um
terço entre 1990 a 2004. Cerca de 6,3 milhões de crianças morrem de fome por
ano e há 842 milhões de pessoas subnutridas no mundo. Esses dados, em pleno
século XXI, são absurdos pelo fato de termos a capacidade de produzir alimento
suficiente para o dobro da total população suficiente.
O ato de sentir fome não é,
exclusivamente, reduzido à ânsia por comida, mas aos efeitos que a falta de
alimento pode causar na fisiologia humana. A partir desses dados é a
desnutrição um dos maiores problemas a serem vencidos, já que retira do homem a
vontade de lutar pela sua vida diante da falta de força, condicionada, por sua
vez, pela ingestão de alimentos.
As principais causas da fome são
guerras civis, cujo um bom exemplo é a Somália (quatro milhões de pessoas estão
em situação crítica de fome no país e segundo a ONU o índice de desnutrição já
chegou ao seu limite), interferências humanitárias (não ajudam a legitimar o
governo e desse modo, não contribuem para que programas sociais que visem não
só a redução da mesma, mas da miséria e outros fatores, vinguem); concentração
de renda; deficiências agrícolas; e influencias alimentares de empresas transnacionais
(Muitas vezes mudam os costumes alimentares de maneira ruim para a nutrição dos
membros de uma determinada sociedade).
A pobreza, também é um fator
importante para essa meta. Ela causa não só a carência de meios econômicos, mas
proporciona a exclusão social de um determinado montante da população. A pobreza
extrema esta intimamente ligada à fome. Cinquenta mil pessoas morrem por dia
por fatores ligados a pobreza extrema. Suas principais causas são corrupção,
precárias condições de acesso à educação, descriminação racial e de gêneros,
catástrofes naturais, guerras, alcoolismo, entre outros elementos. O Brasil alcançou o seu objetivo de
erradicar a pobreza extrema em 2008 e apesar de 1 dólar parecer muito pouco,
ainda existem países com pessoas vivendo com menos de 1,25 dólares.
Como forma de sugestão para o melhor comprimento
dessa meta, o programa de incentivo da ONU propõe as seguintes ações para cada membro
da população mundial: propor aos cidadãos que procurem saber seus direitos e os
divulguem, que realizem trabalhos voluntários de apoio às pequenas empresas,
distribuir informativos sobre a boa alimentação, dar aulas de educação
alimentar, aproveitar o máximo possível dos alimentos, ajudar no enriquecimento
da alimentação e da qualidade desta nas escolas, realizar plantações de frutas
e verduras nos quintais de suas casas, entre outros.
O programa também pretende atuar através da
educação, já que é sem ela que nos tornamos seres humanos inertes às questões
fundamentais, como nesse caso, à fome e à miséria. Para atuar de maneira
direta, nesse sentido, os Oito Objetivos do Milênio promove materiais informativos
para o uso e distribuição em escolas e demais Instituições de Ensino.
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