A Conferência das Nações
Unidas para o Desenvolvimento Sustentável terá como um dos objetivos fechar um
acordo que disponibilize recursos financeiros para proporcionar uma transição
do atual modelo econômico para a Economia Verde. Economia Verde, de acordo
com o Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (Pnuma), é uma melhoria do bem-estar humano e da igualdade
social, ao mesmo tempo que reduz os riscos ambientais e a escassez ecológica. De
forma simples, Economia Verde é um desenvolvimento ambientalmente responsável,
socialmente justo e economicamente viável. É uma forma de continuar com o
desenvolvimento economico, porém com maior carga de responsabilidade ambiental
e social. Essa é uma das maiores propostas da Rio+20. Promover um divisor de
águas na história da humanidade, estabelecendo a Economia Verde como nova forma
de promover o desenvolvimento consciente.
Paralelo à Rio+20, acontece
a Cúpula dos Povos, um evento organizado pela sociedade civil global. Nela,
será trazido representantes e participantes de muitos movimentos socias, todos
unidos pelo mesmo ideal contra a Economia Verde. Para eles, a Cúpula dos Povos
representa um protesto contra a falta de ações desde a Rio92. É frustante ver
que, desde essa última conferência, muito pouco foi feito para superar a
injustiça social e ambiental. Para os participantes da cúpula, a Economia Verde
é enganosa. No seu real sentindo, é uma forma de beneficiar o atual modelo
econômico, garantindo a mercantilização da natureza à aqueles responsáveis pela
atual crise econômica e ambiental.
As propostas da Economia
Verde, no seu contexto de governança, tem como representantes o Banco Mundial e
algumas agências da ONU. Isso, acarretará em privilégios para os interesses do
mercado, ao contrário de trazer políticas públicas, verdadeiramente focadas nos
problemas socioambientais. Enfim, a Economia Verde, para a Cúpula dos Povos, é
uma maquiagem colocada sobre as faces do mesmo capitalismo. Mesmo capitalismo
que desencadeou em processos de produção e consumo desenfreados e sem
responsabilidades ambientais e sociais.
Por: Raquel Borsoi.
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