sábado, 4 de agosto de 2012

Rebeldes denunciam novo massacre e atacam base militar na Síria.
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Atualizado em  2 de agosto, 2012 - 12:40 (Brasília) 15:40 GMT

Os rebeldes sírios acusaram nesta quinta-feira o regime do presidente Bashar al-Assad de matar ao menos 70 pessoas em um novo massacre na capital, Damasco. Em Aleppo, os opositores capturaram um tanque de guerra e atacaram uma importante base militar.
As notícias chegam ao mesmo tempo em que Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, renunciou ao papel de enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria.
Testemunhas relataram à agência de notícias Reuters terem visto ao menos 35 corpos amontoados em um subúrbio, e outras dezenas de cadáveres teriam sido encontrados com marcas de balas em outros bairros.De acordo com os rebeldes, as forças sírias teriam ido "de porta em porta" em Damasco exigindo documentos de civis e executando sumariamente muitos deles. A TV estatal diz que "dezenas de terroristas" se renderam ou foram mortos durante a operação.
As acusações chegam em meio à escalada de violência no país.
Os confrontos em Damasco continuam e em Aleppo, segunda maior cidade do país, rebeldes e forças do governo aumentaram os embates pelo controle de alguns bairros.
Em um novo desdobramento, comandantes rebeldes disseram ter capturado um tanque de guerra do Exército sírio e atacado a estratégica base militar de Menagh, ao norte de Aleppo, de onde o regime vinha lançando artilharia contra os opositores.
Um repórter da agência de notícias France Presse e o Observatório Sírio de Direitos Humanos, organização baseada em Londres, confirmaram a captura do tanque.

Execuções

Também nesta quinta-feira houve acusações de execuções sumárias por parte dos rebeldes.
O Conselho Nacional Sírio (CNS), organização que reúne os opositores, criticou militantes que executaram prisioneiros de milícias pró-governo em Aleppo.
Imagens de um vídeo postado na internet mostram os rebeldes posicionando os detidos, que pertenceriam às Shabiha, milícias pró-Assad acusadas de promover torturas e mortes de civis, diante de um muro, pouco antes de executá-los.
Organizações de direitos humanos condenaram os atos, que podem ser classificados como crimes de guerra.

Instabilidade

Jim Muir, analista da BBC baseado no Líbano, diz que até o momento a iniciativa dos combates em Aleppo parece ser dos rebeldes.
"É difícil obter uma visão estratégica do que está acontecendo em Aleppo (...) mas parece muito diferente do que aconteceu em Damasco, onde as forças do governo reagiram prontamente e expulsaram os rebeldes da cidade em um processo sistemático que levou menos de uma semana".
Ele destaca ainda que o Exército do regime parece ainda não ter colocado em uso todo o seu poder de fogo na região, o que dá espaço para os opositores avançarem.
"Ao capturar um estratégico ponto de fronteira em Anadan, os rebeldes abriram uma rota direta de suprimentos na fronteira com a Turquia, de onde acredita-se que eles tenham recebido armamentos capazes de disparar mísseis antiaéreos", diz Muir.
Na visão do analista a instabilidade e demora das forças pró-Assad em organizar uma ofensiva têm dado mais tempo aos rebeldes para aumentarem seu controle em Aleppo.
Em outros desdobramentos:
  • Soldados sírios atiraram contra tropas da Jordânia que estavam aguardando a chegada de refugiados na fronteira, informam autoridades jordanianas;
  • A imprensa americana diz que o presidente Barack Obama aprovou no início deste ano que a CIA e outras agências ajudassem os rebeldes sírios;
  • O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está em Londres e a guerra civil na Síria deve ser um dos temas a serem discutidos com o premiê da Grã-Bretanha, David Cameron;
  • A ONU disse que ao menos 3 milhões de sírios necessitam de ajuda alimentar;
Segundo as Nações Unidas mais de 16 mil pessoas já morreram no país em decorrência da guerra civil iniciada há mais de um ano, quando rebeldes passaram a exigir a renúncia de Assad, cuja família governa o país com mão de ferro há décadas.

Por: Juliana Araújo
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