DILMA
CRÍTICA MEDIDAS DE CONTENÇÃO DA CRISE
EUROPÉIA
E AFIRMA QUE ESTAS INTERFEREM
DIRETAMENTE
NO CRESCIMENTO DOS PAÍSES
SUBDESENVOLVIDOS E EMERGENTES
Em uma visita de três
dias a Hannover, na Alemanha, para a Feira Internacional de Tecnologia de Informação,
Telecomunicações, Software e Serviços (Cebit), onde o Brasil ocupa uma posição
de destaque como país parceiro do evento, a presidenta Dilma Rousseff não
poupou críticas ao modo como tem sido conduzida a crise européia pelo BCE –
Banco Central Europeu.
Em sua chegada, Dilma disse em entrevista que o
momento é importante para discutir mecanismos, que considerou incorretos, de
política cambial. “O câmbio hoje é uma forma artificial de proteção do
mercado”, afirmou. Já na segunda-feira, Dilma voltou a criticar o excesso de
recursos (aproximadamente US$8,8 trilhões) injetados na economia global pelos
países desenvolvidos. Segundo ela, a nova oferta do Banco Central Europeu de
empréstimos a juros baixos gera uma “barreira tarifária” que produz desvalorização
artificial das moedas (na semana passada, o BCE anunciou a liberação adicional
de 530 bilhões de euros para os bancos europeus a juros de 1% ao ano e, em
dezembro, outros 489 bilhões de euros já haviam sido oferecidos aos bancos), e que provocará a desvalorização do euro levando ao aumento do fluxo
de divisas para países emergentes, o que fortalece o real frente ao dólar
encarecendo as exportações brasileiras. "Diante da desvalorização artificial das moedas dos outros países,
o Brasil tomará todas as medidas que não firam as disposições da OMC (Organização
Mundial do Comércio) para evitar que essa desvalorização artificial das moedas
desindustrialize a economia brasileira", afirmou. Declarou também que tanto os países desenvolvidos quanto os emergentes
sofrem pressões nas suas taxas de crescimento.
"A
POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA DESSES PAÍSES PRODUZ UM EFEITO EXTREMAMENTE NOCIVO, PORQUE DESVALORIZA DE FORMA ARTIFICIAL
AS MOEDAS", afirmou Dilma.
Apesar das justificativas de Merkel sobre a ajuda aos
bancos, Dilma afirmou que "é importante que os países desenvolvidos não
façam só políticas monetárias expansionistas, mas façam também políticas de
expansão do investimento. Os investimentos melhoram não só a demanda interna,
mas também abrem a demanda externa para os nossos produtos", afirmou.
Questionada se as críticas brasileiras não representam uma interferência nos
assuntos internos europeus, a presidenta afirmou que a política do BCE
"está interferindo nos assuntos" de países fora do bloco. "É um
efeito internacional, não é um efeito de países. Não sou eu que reconheço isso,
são os organismos multilaterais, como o FMI e o BIS, que percebem claramente os
efeitos disso", afirmou. "Todo mundo se queixa de barreira tarifária,
de protecionismo. Essa é uma forma de protecionismo", observou Dilma.
Segundo ela, além da desvalorização artificial da moeda, a política do BCE
"cria uma massa monetária que não vai para a economia real".
A presidenta
disse ainda a chanceler que o governo brasileiro terá uma posição proativa na
busca de ampliar cada vez mais a taxa de crescimento no Brasil de forma
sustentável, respeitando o equilíbrio macroeconômico e mantendo sólidas as
finanças públicas e a estrutura fiscal.
Por: Márcia Lupiano.
Por: Márcia Lupiano.
Referencias:
http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE82504C20120306
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