quarta-feira, 7 de março de 2012

Dilma Rousseff Crítica Medidas de Contenção da Crise Européia
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DILMA CRÍTICA MEDIDAS DE CONTENÇÃO DA CRISE EUROPÉIA
E AFIRMA QUE ESTAS INTERFEREM DIRETAMENTE
NO CRESCIMENTO DOS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS E EMERGENTES








   

     Em uma visita de três dias a Hannover, na Alemanha, para a Feira Internacional de Tecnologia de Informação, Telecomunicações, Software e Serviços (Cebit), onde o Brasil ocupa uma posição de destaque como país parceiro do evento, a presidenta Dilma Rousseff não poupou críticas ao modo como tem sido conduzida a crise européia pelo BCE – Banco Central Europeu.

     Em sua chegada, Dilma disse em entrevista que o momento é importante para discutir mecanismos, que considerou incorretos, de política cambial. “O câmbio hoje é uma forma artificial de proteção do mercado”, afirmou. Já na segunda-feira, Dilma voltou a criticar o excesso de recursos (aproximadamente US$8,8 trilhões) injetados na economia global pelos países desenvolvidos. Segundo ela, a nova oferta do Banco Central Europeu de empréstimos a juros baixos gera uma “barreira tarifária” que produz desvalorização artificial das moedas (na semana passada, o BCE anunciou a liberação adicional de 530 bilhões de euros para os bancos europeus a juros de 1% ao ano e, em dezembro, outros 489 bilhões de euros já haviam sido oferecidos aos bancos), e que provocará a desvalorização do euro levando ao aumento do fluxo de divisas para países emergentes, o que fortalece o real frente ao dólar encarecendo as exportações brasileiras. "Diante da desvalorização artificial das moedas dos outros países, o Brasil tomará todas as medidas que não firam as disposições da OMC (Organização Mundial do Comércio) para evitar que essa desvalorização artificial das moedas desindustrialize a economia brasileira", afirmou. Declarou também que tanto os países desenvolvidos quanto os emergentes sofrem pressões nas suas taxas de crescimento.

"A POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA DESSES PAÍSES PRODUZ UM EFEITO EXTREMAMENTE  NOCIVO, PORQUE DESVALORIZA DE FORMA ARTIFICIAL AS MOEDAS", afirmou Dilma. 


     Apesar das justificativas de Merkel sobre a ajuda aos bancos, Dilma afirmou que "é importante que os países desenvolvidos não façam só políticas monetárias expansionistas, mas façam também políticas de expansão do investimento. Os investimentos melhoram não só a demanda interna, mas também abrem a demanda externa para os nossos produtos", afirmou. Questionada se as críticas brasileiras não representam uma interferência nos assuntos internos europeus, a presidenta afirmou que a política do BCE "está interferindo nos assuntos" de países fora do bloco. "É um efeito internacional, não é um efeito de países. Não sou eu que reconheço isso, são os organismos multilaterais, como o FMI e o BIS, que percebem claramente os efeitos disso", afirmou. "Todo mundo se queixa de barreira tarifária, de protecionismo. Essa é uma forma de protecionismo", observou Dilma. Segundo ela, além da desvalorização artificial da moeda, a política do BCE "cria uma massa monetária que não vai para a economia real".
     A presidenta disse ainda a chanceler que o governo brasileiro terá uma posição proativa na busca de ampliar cada vez mais a taxa de crescimento no Brasil de forma sustentável, respeitando o equilíbrio macroeconômico e mantendo sólidas as finanças públicas e a estrutura fiscal.


Por: Márcia Lupiano.


Referencias:



http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE82504C20120306







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