Na última semana a Alemanha impôs sua opinião sobre como o governo do
Chipre deve proceder com seu processo de resgate da economia. Porém a
sugestão de Angela Merkel não foi bem recebida dentro da Europa e a
chanceler chegou a ser comparada a Adolf Hitler.
Seguindo a linha de austeridade que a chanceler adotou para gerir a crise desde o começo, Merkel sugeriu que em troca do empréstimo de 10 bilhões de euros, dois dos principais bancos cipriotas cobrassem um imposto de 9.9% nos depósitos acima de 100 mil euros e de 6.75% nas contas restantes.
Milhares protestaram nas ruas do Chipre com cartazes exibindo a foto de Merkel com o caricato bigode de Hitler e centenas de usuários do Twitter compararam as atitudes da chanceler com atitudes nazistas. O respeitado jornal espanhol El Pais chegou a publicar um editorial afirmando que "assim como Hitler, Merkel declarou guerra contra o resto do continente europeu", mas depois tirou a publicação de circulação e se retratou pela comparação inapropriada.
A população alemã não se manifestou incisivamente sobre o assunto, pois encara as decisões da chanceler como uma forma de proteção dos interesses alemães.
A proposta alemã para o Chipre apresenta-se como uma das mais perigosas desde o início da crise, pois resgata os bancos onerando a população cipriota e investidores internacionais que possuem contas no país. Porém comparar Merkel com Hitler é um exagero, pois existe uma grande diferença entre medidas austeras e ações totalitárias.
Natália Evangelista, aluna do 1º semestre de Relações Internacionais/Ri-UCB.
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