Embora o ano esteja difícil para o
comércio internacional, as transações comerciais entre os países da Liga Árabe com
o Brasil cresceram 3,24% em 2012. A alta das importações alcançou a cifra de
US$ 25,9 bilhões. Para aumentar a integração com essa região, o Itamaraty já
tem uma proposta encaminhada ao Congresso Nacional para um acordo de livre
comércio com o Egito. Jordânia, Líbano, Tunísia e Síria também possuem acordos
em negociação, porém lutam para a superação de alguns obstáculos.
A grande
barreira consiste no fato de todos os países integrantes do Mercosul aceitarem
os acordos de livre comércio. A participação brasileira em maiores proporções
nestes mercados é estratégica, pois a Arábia Saudita e o Egito são os maiores
importadores de produtos nacionais, enquanto que Argélia e, novamente, Arábia
Saudita são os maiores exportadores, segundo o balanço anual produzido pela
Câmara de Comércio Árabe Brasileira. O presidente da Câmara, Michel Alaby,
afirma que o Brasil tem em torno de 10% das importações na região de produtos
alimentícios, desde grãos in natura a
industrializados. O objetivo é superar o percentual de 15 pontos até o final
desta década. “Nossa prioridade é o golfo arábico, onde há uma maior
concentração de riqueza.”
Esta é a mesma prioridade do governo, que
até 2012 negociava um acordo com os seis países que integram o Conselho de
Cooperação do Golfo — Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Qatar,
Bahrein e Kuwait.
Um
obstáculo a essa negociação é a posição da Argentina que receia uma inundação
de petróleo procedente destas nações, que estão entre os maiores produtores
mundiais. O Brasil é cauteloso com o assunto, porém afirma ser uma situação
contornável.
Empresas
brasileiras do ramo de alimentos, bebidas e agronegócios participaram da
Gulfood 2013, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com o incentivo
do governo brasileiro. Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações
e Investimentos (Apex-Brasil), os empresários estimam um montante de negócios
na ordem de US$ 483 milhões, em função de que, durante o evento foram concretizados
US$ 150 milhões e, além disso, exportações adicionais de US$ 333 milhões devem
ser concretizadas nos próximos 12 meses.
Em relação à “inundação de petróleo” temida pela Argentina, do lado
brasileiro, toda importação do produto, além de gás e seus derivados passa pelo
controle da Petrobras, o que reduziria esse risco. Entretanto, na Argentina,
não existem tantas restrições, apenas a política do “um para um”, pela qual o
importador é obrigado a exportar o mesmo valor.
Em 2012, o Brasil vendeu para a Liga Árabe
US$ 14,8 bilhões, enquanto que em 2011 havia exportado US$ 15,1 bilhões. Na mão
inversa, o comércio cresceu, passando de US$ 9,9 bilhões para US$ 11,1 bilhões
no último ano.
Caroline
Marconi Licks, aluna do 3° semestre de Relações Internacionais/Ri-UCB
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