Uma das notícias que movimentaram o cenário português nesses últimos dias foi acerca do ensino superior. Uma questão de significativa importância a se levantar é que apenas cerca de 30% dos alunos recebem bolsas para cursar o ensino superior, uma grande minoria considerando que em países como a Dinamarca e o Chipre todos os estudantes recebem bolsas. Uma questão histórica se refere à composição social do ES, antes de 1974, o ensino superior era basicamente restrito as elites, com o passar dos anos e com a chamada Revolução Democrática o número de procura por educação pelo menos tem aumentado, porém será que isso significa que se tornou um ensino para todos ou para a grande maioria?
Por mais que o ES tem se massificado,
grande parte de sua composição é originada por indivíduos de classe alta. Na
última quarta-feira (6), dezenas de estudantes se organizaram em frente ao
Ministério da Educação, em Lisboa para protestar contra o subfinanciamento no ensino superior. Os estudantes queixam-se do aumento das propinas e da
diminuição do apoio social, que afirmam estar conduzindo ao abandono escolar
nas universidades e institutos politécnicos.
Um manifesto, que serviu de base à
concentração desta quarta-feira de estudantes universitários de Lisboa, sugere
a aplicação de uma sobretaxa de 10% sobre os dividendos acima dos 20 milhões de
euros, permitindo, assim, canalizar 1665 milhões de euros para o ensino
superior, de acordo com os jornais.
Alguns dias antes, os professores que
coordenavam uma manifestação, que também tinha como base a troika, para aqueles
que não sabem o que significa: A troika é formada por três elementos, a
Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário
Internacional (FMI). É essa delegação que irá avaliar as contas reais de
Portugal para definir as necessidades de financiamento do país. Conclusão, não
é só o FMI que irá financiar Portugal, nem é só o Banco Central Europeu que
negociará com o Governo. A troika será responsável por toda a ação de reestruturação
econômica do país.
"A 'troika' é um erro Crato" e
"Lucro nos bancos, fome nas escolas" são algumas das frases que se
leem nos cartazes que vão dando algum colorido ao protesto da 'Maré da
Educação', que junta professores, funcionários não docentes, estudantes, pais e
encarregados de educação.
"Assim é insustentável ter uma escola
pública equilibrada", disse a manifestante à agência Lusa, criticando os
cortes nas bolsas de estudo.
As
manifestações ocorreram enquanto a delegação da troixa em Lisboa, agora é
esperar para ver se o movimento (intitulado "Que se lixe a 'troika'”)
trará resultados concretos e benéficos para a comunidade portuguesa.
Isabela Santos, aluno do 1º
semestre de Relações Internacionais/Ri-UCB
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