segunda-feira, 18 de março de 2013

Eleições no Quênia
EQUIPE NUCSI16:12 0 comentários



     O Quênia possui a maior economia da África Oriental e, no dia 4 de março, mais de 14 milhões de pessoas foram às urnas para eleger deputados, senadores, governadores regionais, membros das assembleias departamentais, representantes femininas para o Parlamento nacional e, principalmente, o seu próximo presidente. São as primeiras eleições desde a aprovação de uma nova Constituição em 2010. Eram esperadas eleições pacíficas ao contrário das violentas que ocorreram em 2007, deixando mais de 1300 mortos. Tom Maliti, analista político, ressalta a importância dessas eleições para o cenário internacional e afirma que “O Quênia é uma plataforma econômica e diplomática na região e a estabilidade é essencial para que os países terceiros possam aprofundar as suas relações com o país”.
     Os dois principais candidatos são representantes de duas tribos que lutam pela direção do país africano. Estes são: Raila Odinga e Uhuru Kenyatta, sendo que este último é acusado pelo Tribunal Penal Internacional (ICC) por crimes contra a humanidade nas eleições de 2007.
     As eleições foram marcadas por um forte clima de tensão e consequente violência, ainda que em escala menor do que em 2007. Cerca de 15 pessoas morreram em ataques pouco antes da abertura das urnas. 


     Uhuru Kenyatta acabou vencendo as eleições presidenciais com 50,07% dos votos. O resultado foi julgado pelo seu rival, Raila Odinga, como repleto de fraudes, chegando a afirmar que foi uma “eleição viciada”. Já foi apresentada uma petição referente à suposta contagem incorreta dos votos. A Coligação política do Quênia para a Reforma e Democracia quer a declaração de invalidade das eleições pelo Supremo Tribunal.
     A população chegou a alegar que Odinga devia apenas aceitar a derrota para evitar uma nova onda de violência no país. Ressaltam também que ele deveria apenas buscar a ajudar a nação, independente de quem está no poder.
     Países ocidentais que fazem doações ao Quênia afirmaram que a vitória de Kennyatta traria problemas em relação aos laços diplomáticos com o país devido às acusações que o novo presidente tem perante o Tribunal Penal Internacional (ICC), onde Kennyatta tem um julgamento marcado para meados de abril. O Quênia é um aliado forte na batalha contra militantes islâmicos, por exemplo. Porém, Kenyatta declarou em seu discurso presidencial aceita as obrigações internacionais e que continuaria a cooperar com todas as nações e instituições internacionais, mas que, sobretudo, esperava que a soberania do Quênia fosse respeitada pela comunidade internacional.
     Analistas internacionais e ONG’s temem uma nova onda de violência e, agora, espera-se um desfecho para este episódio.

Matheus Fontenelle, aluno do 2º semestre de Relações Internacionais/Ri-UCB
 

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