Um quarto dos alemães
votaria em um partido que queira deixar o euro nas eleições federais de
setembro, de acordo com uma pesquisa de opinião publicada nesta segunda-feira,
que destaca o desconforto alemão com os custos da crise da zona do euro.
Os principais partidos da Alemanha
permanecem solidamente pró-euro, apesar de reclamarem dos resgates a países
como a Grécia. Um tabu alemão sobre o nacionalismo, enraizado pelos crimes da
era nazista, tem ajudado a abafar as vozes contrárias ao euro. Mas a pesquisa
realizada pela TNS-Emnid para a revista semanal Focus mostrou que 26 por cento
dos alemães consideram apoiar um partido que queira tirar a Alemanha do euro, e
o apoio sobre para até 4 em cada 10 alemães na faixa etária de 40 a 49 anos.
"Isso sugere que pode haver potencial
aqui para um novo partido de protesto", disse o chefe do Emnid, Klaus
Peter Schoeppner, à Focus. A pesquisa ouviu opiniões de uma amostra
representativa de 1.007 pessoas entre 6 e 7 de março.
Um novo movimento antieuro chamado
"Alternativa para a Alemanha" (AFD), que inclui na maioria acadêmicos
e empresários, deve realizar sua primeira reunião na segunda-feira em um
subúrbio ao norte de Frankfurt. Um de seus fundadores, o professor de economia
Bernd Lucke, disse à Focus que não estava preocupado se seria capaz de levantar
as 2.000 assinaturas necessárias em cada região alemã para participar de
eleição federal de setembro.
"A República Federal da Alemanha está
na mais profunda crise de sua história. A introdução do euro foi um erro fatal
que ameaça nossa prosperidade. Os velhos partidos são desgastados. Eles estão
teimosamente se recusando a admitir seu erro e corrigi-lo", disse o AFD.
Análise: A maioria conservadora que apoia essa
mudança, talvez por ainda lembrarem-se do tempo em que o Fraco alemão impulsionava
a Alemanha na economia. Porém, agora os tempos são outros. A economia esta
globalizada, muito mais interdependente, e uma adoção de outra moeda perante a
atual crise em que a Europa se encontra, possa fazer com que a Alemanha seja
imersa de vez na mesma. E como a Alemanha é um dos países que resiste
bravamente à recessão, a melhor alternativa seria aguardar sem nenhuma
alteração radical.
Fonte: Estadão; Reuters
Danilo Carmino, aluno do 1º
semestre de Relações Internacionais/Ri-UCB.
0 comentários
Postar um comentário
Deixe aqui a seu comentário.